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terça-feira, 15 de julho de 2014

Vida e Morte num banho de inverno

É um sábado inicio de uma noite de inverno. Não como as dos filmes hollywoodianos cheias de neve frio e solidão. É apenas um inicio de inverno na América Latina, o que sugere um clima agradável, levemente frio (o suficiente para os mais entusiastas usarem o chuveiro no mais quente), um céu diurno de um azul lindíssimo e um noturno muito estrelado. Existe o tédio também, mas este foi quase opcional. Afinal morar perto de um estádio em dias de jogos importantes faz com que pessoas queiram evitar o transtorno de sair de casa.

O dia passa sem chamar atenção, e o fim dele pede um banho, como todos os dias muito abaixo da linha do Equador. E ele vem. A toalha, a nudez, o shampoo, condicionador, o sabonete, tudo preparado. Chegada a hora de encarar as primeiras porções de água gelada antes que a eletricidade e a termodinâmica fizessem suas mágicas, um olha para cima, para o chuveiro e uma surpresa. Eis, entre tantos daqueles mosquitos de banherio, uma abelha, lá parada, imóvel. Ai vem o receio de ligar o chuveiro, o receio da fúria mortal de tão pequenino inseto. Mas diante do barulho e de toda água, apenas indiferença.

Mal o banho havia começado, o olhar pra cima mostra a não presença da abelha. "Certamente voou pela janela e se libertou" é o pensamento que ocorre. Porém ao fim do banho outra surpresa, agora nada agradável.

Morte

Eis no chão, sufocada talvez pelo vapor, ou sabe-se lá a causa, a abelha caída, seus pares de patas pro alto, já inerte, morta.
Um banho de inverno foi seu fim, mas a morte, sempre que aparece, carrega consigo uma profundidade inigualável.

A ficção me presenteou com grandes personagens que encaram a morte de frente sem ceder a ela. Edward Elric, Asakura Yoh, Aang, Bruce Wayne.

Em meio mundos cheios de guerra, totalmente imersos na guerra maniqueísta do bem e do mal, eles escolhem não ceder aos caprichos da morte, não matam e tentam resolver tudo a sua forma, por mais que seja isso impossível (Arkhan sempre tem fugitivos)

E nós, em nosso mundo repleto de tons de cinza, onde nada e tão simples, nós resolvemos não ceder ao capricho da morte e não damos a ela motivos para se achegar a nós (nada que a impeça). Ninguém hoje (ou talvez algumas pouquíssimas pessoas) traz consigo motivos para morrer. Os samurais morriam por seus senhores. Os espiões da KGB e da CIA quando pegos morriam por seu pais. Até a abelha, se não fosse tal fato, talvez morresse num ataque suicida por sua colmeia.
Mas nós, os cidadão civilizados, não temos motivos pra morrer. Não há uma causa, uma crença que nos leve a caminhar em frente encarando a morte nos olhos, sabendo que vale a pena.
E se não existe uma causa para morrer, numa conclusão maniqueísta como a dos quadrinhos e anime, também não há razão para viver. Dia após dia, existimos, sem muita intensidade, sem muito sofrimento, sem muita alegria, sem muito ...

Fui ao meu quarto, peguei uma pinça para retira-la do chão. Não há terra em meu apartamento onde pudesse fazer um enterro. Joguei-a no vaso e lá se foi ela, inerte, pelo encanamento, sabe-se lá pra onde.

E minha vida continuou.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

O que aprendi com meus 2 anos sem guarda-chuvas...

Já li muita coisa do tipo, "Meus 10 anos sem TV" , "Meu ano sem Facebook" ou "Eu disse adeus a internet" e mais um infinidade desse tipo de coisas.
Fica claro a conclusão desse tipo de texto apenas pelo seu título. As pessoas vão descobrir que vivem muito bem sem esses artefatos, o que é óbvio poid qualquer pessoa minimamente inteligente sabe que eles não são essenciais às nossas vidas (todos nós sobrevivemos ao fim do orkut não foi ? Sobreviveremos pois ai fim do facebook!  ).

Irei falar porém de minha experiência em viver sem um produto que é essencial em nossas vidas: o  Guarda-Chuvas (no meu caso é essencial pois não tenho carro e não moro perto dos lugares que gostaria de ir).

O que me surpreendeu em todo esse tempo sem ele (que foi na verdade apenas um ano, mas 2 anos no título soa melhor), foi que nunca fiquei preso em casa, nem na casa dos outros, nem na faculdade, nem em lugar algum! Não fiquei tão molhado quanto era de se esperar. Não estraguei nada que estivesse carregando comigo. Nada! Viver sem guarda-chuvas não me fez falta.

Isso tudo graças a solidariedade humana (sim, isso mesmo)!

Sempre há alguém disposto a te emprestar o guarda-chuvas, ou sempre há alguém disposto a compartilhar o pequeno espaço precariamente protegido enquanto você está em um ponto de ônibus. Ou a te dar uma carona. Ou  ainda, alguém disposto a te emprestar um toalha ou até mesmo te dar um par de meias velhas (que pra você são melhores do que novas). Sempre tem alguém, em dias de chuva, disposto a te ajudar.

Isso por que, as chuvas despertam o melhor das pessoas. As pessoas que gostam de chuva ficam mais felizes e se tornam mais generosas. As que não gostam, ficam mais generosas por que entendem o sofrimento alheio. Quando dizem que chuva lava a alma, talvez seja mais verdade do que parece.

Confesso que ainda tenho medo quando começa a chover. Toda vez  penso "Merda, devia ter comprado um guarda-chuvas". Mas sempre sou surpreendido. As chuvas sempre param no momento certo, ou a solidariedade das pessoas te salva. E no fim das contas se tudo falha, tomar uma chuvinha não faz mal a ninguém!

Por isso aconselho a todos:
Continuem comprando guarda-chuvas por que eu dependo de vocês nesse sentido!
E obrigado por cada gota d'água que não tomei.

PS. Para praticar uma vida de total desapego ao guarda-chuvas, é preciso tem em mente alguns pontos
     1 - Muitas vezes o guarda-chuvas é ilusão. Porque não vale a pena pegar a maioria das chuvas (mesmo             que você tenha um guarda chuva)
     2 - Sempre carrego comigo uma capa de chuva para mochilas.

sábado, 29 de março de 2014

Sou desses que sofre.
Mas fazer o que. Não dá pra se preparar pro fim de um relacionamento. Muito pelo contrário. O que mais sei fazer é me despreparar a cada dia para o fim. 
Sou desses que se entrega muito.
Sou desses que sofre.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Crônicas da porta de um banheiro


A RELIGIÃO É UMA MENTIRA

Só Jesus salva --> E você já esteve preso ontem




Jesus te ama --> Ama muito --> Ama tando que foi embora faz tempo

Morram Cristãos --> que ideia inteligente planejar a morte de 80% da população de uma pais



Crônicas da porta de um banheiro masculino num prédio de ciências exatas vol.1 

um dia eu ainda tento entender o que se passa na cabeça das pessoas enquanto elas atendem o chamado da natureza

sábado, 21 de julho de 2012

fisiologia de um relacinamento atual

e mais uma vez ela conseguiu levar algo de mim
aquele "algo" que vira tudo 
custa e demora  virar nada
 que só de outro inicio tem seu fim

 todas elas deixam mazelas
o que tocam
levam,destroem e devolvem.

sábado, 30 de junho de 2012

terça-feira, 26 de junho de 2012